As noites claras que partilhamos. O esplendor de paisagens que desenhamos. Descrições rebuscadas numa tela salteada por pincéis que as nossas mãos acarinham. Descrever-te levar-me-ia tempo e exporia em demasia o peito apaixonado. Uma esfera armilar colocada longe de qualquer cena meritoriamente esquecida.
Olhar em frente relaxa-me a face e rouba-me sorrisos. Sorrisos maduros e ternos, sorrisos frescos, rasgados, eternos. Pedir que me abraces é pouco. Suplicar cada beijo, cada toque, cada olhar, é justo.
As palavras ganham autonomia e mal me lembro de as proferir, só de pensar no que dizem. Não estou perdido, pelo contrário, encontro-me hoje seguro do que sou e para onde quero ir. No entanto, o medo teima em refugiar-se no meu interior quente e feliz. Mas não há medo algum que faça sentido nem ocupe lugar em mim. Repetir-me-ei todas as vezes que te sentir ir para bem longe, na esperança de que um dia voltes, com o teu ar majestoso, de menina alegre e simples.
Limpemos a tela, não para apagar o que vivemos, mas para que possamos continuar a pintar nela.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
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