domingo, 7 de agosto de 2011

Irrealidade.

Mais um dia, mais que um. Não havia margem de manobra e tal não o incomodava. Fugiu-lhe o sorriso e o riso, o pouco tudo e o tanto de assim assim. Confusamente elucidado acerca dos meandros tropicais de um corpo nu, destruindo muralhas e alvejando portas de pedra escura.
Já não havia sol, o seu brilho desaparecera há muito. Porque razão exigimos tanto de nós próprios? Porque razão queremos atingir cumes que não conseguimos escalar? Devia ser proibido sonhar. Sonhar em prol de quê? Sonho é provavelmente o melhor e mais adequado antónimo de realidade e por isso torna-se impossível associar duas coisas antagónicas.
“O sonho comanda a vida”, mas que grande treta! A vida comanda a vida a vida e nós vivemo-la, ou pelo menos devíamos vivê-la sem utopias ridículas que nos levam a nenhures. Já para não referir o trabalho que dá sonhar. Não há melhor que ter os pés bem assentes na terra, ter consciência do que somos e até onde podemos ir. Basta de planos afetivos e projeções idealizadas sem qualquer tipo de contratempo real. Vivamos o que há para viver, desfrutemos aquilo que aos poucos conquistamos.
É tão fácil que sejamos enganados pelos outros, é tão fácil deixar-mo-nos levar ao sabor da maré, caminhando a passos largos do abismo colossal que existe entre o REAL e o sonho.

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