É incrível o que nos passa pela mente enquanto um cigarro arde. Todas as inconstâncias da vida, as experiências que dizemos fulcrais, o que quase fazemos e o que quase deixámos por fazer. Utilizamos um vocabulário engomado para que nos levem a sério, quando precisamos gritar bem alto: “MERDA”!
Não posso perdê-la, não agora, deixem-me crescer e escolher os meus próprios caminhos, não mos apontem. Deixem-me cair, reerguer-me, correr, viver, sentir, provar…É forte demais esta pressão limitada, este pesar que é leve, este toque que nem sequer sinto. Talvez adore a monotonia, a rotina, o pouco que sabe tão bem. Talvez odeie a diferença, os tiros nos pés que me parecem coroas douradas sob uma cabeça demasiado pequena para a ostentar. No fundo, aliás, nem precisamos ir muito fundo para perceber a insignificância que respiramos. Não há pessoas especiais, há sim, pessoas que amamos e pessoas que não amamos. Não são necessariamente especiais por isso. Pintamos as coisas dessa forma porque é uma necessidade biológica que afecta o ego, não porque seja real e transparente.
Subitamente, a última réstia de tabaco. Deixamos os degraus de pedra que a brisa da noite gelou e seguimos caminho, sim aquele tal caminho. E tudo isto se desvanece. Continuo a sentir prazer em amar, neste caso, em amá-la. Continuo a sentir prazer em ser amado, em passar-lhe a mão pelo cabelo enquanto suspiro, em provar os lábios que sorriem quando a abraço. É isto o amor, não estou certo que exista, porém, precisamos de acreditar que sim. E confesso que, e faço questão de frisar, com ela o amor existe mesmo. Houve dúvidas outrora, mas agora voaram, aceitaram a boleia de uma nuvem escura que se sentiu a mais e permitiu que o sol brilhasse. Com ela e só com ela, o sol brilha todos os dias, dá até impressão que o seu brilho cresce a cada dia que passa, a cada Lua que vai, enquanto alguns admiram a sua Graça.
A ti. Porque te amo e porque sei que existes.
E ainda sugeres a tua insignificância ao lado da minha pessoa? Como, diz-me como é que podes ser insignificante depois destas palavras "que me beijam como se tivessem boca"? Ainda bem que existes e que marcas a tua presença no meu mundo para que eu te possa amar da mesma forma, com as mesmas diferenças e as mesmas certezas. E escrevo-o com lágrimas de felicidade pura a percorrerem-me a face. Sim, porque contigo eu sou FELIZ! Porque só contigo eu sou feliz!
ResponderEliminarNão consigo descrever uma décima do quão extasiada me sinto, para isso ainda tenho que aprender muito contigo...
Mas uma coisa sei, é que o sol, esse brilha pelos DOIS, nunca te esqueças disso.
Obrigada meu amor
"Não há pessoas especiais, há sim, pessoas que amamos e pessoas que não amamos. Não são necessariamente especiais por isso. Pintamos as coisas dessa forma porque é uma necessidade biológica que afecta o ego, não porque seja real e transparente. " - adorei esta parte especialmente, gostei imenso da maneira como descreves isto.
ResponderEliminarTemos a monotonia dos dias mas a significância de quem os compõe.